Casa Dacheux, marco arquitetônico do litoral do PR, será hub de inovação em Paranaguá

Investimento de R$ 450 mil, anunciado pelo Governo do Estado, vai revitalizar ícone cultural da primeira capital paranaense – e ser referência para desenvolvimento de novos negócios. / Foto: Prefeitura de Paranaguá

Paranaguá, a mais antiga cidade e primeira capital do Paraná, guarda nas suas ruas de pedra e fachadas coloridas um pedaço essencial da memória do estado. Entre esses marcos está a Casa Dacheux, construção histórica do século XIX que, após décadas de transformações e usos culturais, se prepara agora para um novo capítulo: tornar-se o Hub de Inovação de Paranaguá.

O projeto foi anunciado durante o Festival Coaliza 2025, realizado nos dias 24 e 25 de outubro, e representa um investimento de R$ 450 mil do Governo do Estado, por meio da Secretaria da Inovação e Inteligência Artificial. A execução ficará a cargo da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), que recebeu o imóvel em cessão da Prefeitura de Paranaguá.

O projeto propõe um reencontro entre passado e futuro: a Casa Dacheux, que foi restaurada em 2009, abrigará agora um ambiente voltado ao empreendedorismo, à pesquisa aplicada e à formação de comunidades de inovação. O novo hub oferecerá mentorias, capacitações, oficinas de prototipagem e suporte à propriedade intelectual, com ênfase em patentes verdes e soluções ligadas à sustentabilidade.

“A implementação do Hub representa o compromisso do Governo do Estado em levar a inovação para todas as regiões, conectando o conhecimento produzido nas universidades às demandas da sociedade”, destacou o secretário da Inovação, Alex Canziani, durante o anúncio.

O aporte, oriundo do Fundo Paraná, será aplicado na estruturação de espaços físicos e digitais voltados à conexão entre academia, setor produtivo e sociedade civil. Aberto ao público e de uso gratuito, o hub nasce com a missão de fomentar o ecossistema do litoral paranaense, fortalecendo iniciativas locais de ciência, cultura e tecnologia — e projetando Paranaguá como um polo de inovação com identidade própria.

O avanço dos hubs de inovação pelo Paraná

A criação do Hub de Inovação de Paranaguá se soma a uma rede crescente de ambientes de inovação que o Paraná vem estruturando em todas as regiões — do litoral ao oeste, passando pelos Campos Gerais e a capital. A estratégia tem como objetivo descentralizar a inovação, levando conhecimento, tecnologia e empreendedorismo a territórios com diferentes vocações econômicas.

Entre os projetos recentes, destacam-se:

• Estação HUB (Ponta Grossa) — Anunciado em 2025, o espaço tem foco em tecnologia e desenvolvimento local, integrando universidades, startups e poder público em torno de soluções para o setor industrial dos Campos Gerais.
  
• HUB One (Cascavel) — Iniciativa da Prefeitura e da Fundetec, que combina inovação com impacto social. O hub atua na formação de jovens em tecnologia da informação, oferecendo cursos gratuitos e estruturando o Programa Estratégico de Geração de Emprego em TI.
  
• HubGov Tech (Curitiba) — Inaugurado em 2025, no Canal da Música, é o primeiro hub GovTech do Brasil, criado para conectar governo e startups no desenvolvimento de soluções tecnológicas que modernizem a gestão pública. A iniciativa é articulada pela Secretaria da Inovação e Inteligência Artificial em parceria com instituições públicas e privadas.
  
• Parque Tecnológico da Indústria (FIEP) — Também em Curitiba, o espaço da Federação das Indústrias do Estado do Paraná consolida o setor produtivo como protagonista da inovação industrial, aproximando empresas e institutos de pesquisa.
  
• Pinhão Hub (Curitiba) — Criado em 2024 pela Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação, o espaço se tornou um endereço permanente para conexões do ecossistema local, abrigando startups, eventos e programas de aceleração.

NOSSA ANÁLISE: 

Esses projetos, somados ao novo hub em Paranaguá, demonstram como o Paraná vem consolidando um modelo distribuído de ecossistemas, em que cada território se torna um vetor de inovação alinhado às suas vocações — da indústria ao turismo, da tecnologia à cultura.

Este caso é simbólico justamente por unir memória e futuro, mas também porque coloca à prova a ideia de que a inovação pode (e deve) nascer fora dos grandes centros — e que um casario histórico pode se tornar um catalisador contemporâneo de desenvolvimento.